Engajamento e Satisfação no Trabalho: Uma Realidade Alcançável?

fev 5, 2024

Em muitas ocasiões, temas relacionados ao ambiente corporativo parecem antagônicos, como é o caso do engajamento e satisfação no trabalho frente à produtividade e alcance de resultados. No entanto, surge a questão: serão esses tópicos divergentes, ou poderá existir uma relação de causa e efeito entre eles?

Dois artigos recentes, 2024 Employee Engagement Strategies Checklist” e The Shape of talent in 2023 and 2024”, destacam a importância de líderes, organizações e a área de Recursos Humanos dedicarem atenção especial ao engajamento e satisfação no trabalho, ressaltando seu impacto tanto no clima organizacional quanto no alcance de metas.

O primeiro aborda uma realidade observada em diversos ambientes: colaboradores enfrentando burnout, resultando em afastamentos e a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Embora o estudo não aborde explicitamente, a desproporção entre atividades pessoais e demandas profissionais pode desencadear o burnout.

Os autores enfatizam o papel crucial da liderança na motivação e qualidade do trabalho dos colaboradores. Recomendam práticas como o desenvolvimento de rotinas de gestão de pessoas, a promoção de conexões com suas equipes e a adoção da “liderança inclusiva”. Para a área de RH, destacam a necessidade de políticas que promovam ambientes de trabalho eficientes, considerando o trabalho híbrido como um benefício quando implementado de maneira que inspire confiança, produtividade e performance.

Já o segundo artigo, baseado em uma pesquisa global com quase 3 milhões de entrevistados, revela que 44% deles se sentem estressados. Os autores sugerem que a chave para lidar com isso está no engajamento, pois aqueles que se sentem engajados estão menos propensos a relatar estresse.

O estudo propõe estratégias para focar no engajamento, começando pelo desenvolvimento e apoio aos líderes, reconhecendo que estes são mais suscetíveis ao burnout. Além disso, destaca a importância de conversas significativas entre líderes e liderados, indo além das formalidades institucionais, e a necessidade de mensurar o engajamento de forma objetiva.

Na minha experiência, além das recomendações mencionadas, um Modelo de Gestão para a liderança é fundamental para promover o engajamento, oferecendo uma referência com rotinas e rituais relacionados às principais atividades de gestão de pessoas e estratégias diárias.

Diante dessas considerações, surge a pergunta: é possível ter uma empresa na qual os funcionários estejam genuinamente engajados, satisfeitos e ainda alcancem os resultados desejados? Em minha opinião, essa será uma prioridade crescente para as organizações no futuro.

Fabrício César Bastos | Sócio-Diretor na Flowan |

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